sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Lewandowski quer debater direito a voto na próxima sessão do STF

 

16/08/2013 18h20 - Atualizado em 16/08/2013 18h51

Ministro entendeu que teve direito cerceado em discussão com Barbosa.
Na última sessão, ele foi acusado pelo presidente do STF de fazer 'chicana'.

Débora Santos Da TV Globo
174 comentários
O vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, deve apresentar ao plenário, na próxima sessão, na quarta-feira (21), uma questão de ordem para reafirmar o direito a voto dos integrantes da Corte.
Lewandowski entendeu que teve o direito de voto cerceado na última sessão do tribunal e quer discutir pontos do regimento interno do STF que disciplinam a participação dos ministros e seus votos nas sessões. Segundo fonte ouvida pelo G1, ele espera obter o apoio dos colegas.
Na sessão desta quinta (15), que julgou recursos de réus condenados no processo do mensalão, Lewandowski travou um embate com o presidente do Supremo, ministro Joaquim Barbosa, durante a análise do recurso do ex-deputado Bispo Rodrigues, condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Barbosa acusou Lewandowski de fazer "chicana" (no jargão jurídico, manobra para dificultar o andamento de um processo) por entender que o colega estava protelando o julgamento. Lewandowski tinha sugerido interromper a discussão sobre o assunto para reiniciá-la na semana que vem, mas Barbosa foi contra.
"Presidente, nós estamos com pressa de quê? Nós queremos fazer justiça", afirmou Lewandowski. "Nós queremos fazer nosso trabalho. Fazer nosso trabalho e não chicana", respondeu Barbosa. Em seguida, Lewandowski cobrou uma retratação, mas Barbosa afirmou que não iria se retratar.
Por meio da assessoria, o presidente do Supremo disse que não vai comentar o caso e que está se preparando normalmente para a sessão da próxima semana. A questão de ordem de Lewandowski poderá não ser apresentada se Barbosa se desculpar pelo episódio.
O Supremo volta a se reunir na próxima quarta-feira (21) para retomar a discussão sobre o cálculo da pena do ex-deputado Bispo Rodrigues, que teria cometido o crime de corrupção passiva durante a vigência de uma lei que previa pena menor, mas acabou sendo condenado com base na pena mais rigorosa, implementada pela reforma dessa regra, em novembro de 2003.
A tese que levou à discussão entre os ministros poderá influenciar no julgamento dos recursos de vários réus, entre eles o do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. O petista pediu ao Supremo redução da pena de corrupção ativa porque quer ser punido com base em lei mais branda - que prevê prisão de um a oito anos -, mas foi condenado pela lei atual, que estipula punição de dois a 12 anos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.