domingo, 18 de agosto de 2013

Artistas divergem sobre a rede Fora do Eixo


Criada para promover e escoar produtos culturais, entidade está ‘na berlinda’ em Manaus
Criada para promover e escoar produtos culturais, entidade está ‘na berlinda’ em Manaus
 
Embora as opiniões contrárias sobre a atividade da rede de coletivos Fora do Eixo (FdE) existam há mais tempo, nada até agora foi comparado à última semana, quando depoimentos em redes sociais que acusam a entidade de não repassar remuneração aos artistas que abraça, que chegam a travar batalhas de argumentações entre uma legião de defensores e outros tantos devotos ao ataque.

A rede FdE, que no Amazonas tem como representação o chamado Coletivo Difusão, traz o preceito ‘comunitarista’ de que os artistas envolvidos podem ajudar e serem ajudados para a execução, promoção e escoamento de suas produções, em qualquer segmento de arte.

Sobre as acusações de que festivais e mostras diversas pelo país favorecem apenas àqueles que estiverem declaradamente envolvidos no ‘sistema’, um dos mais engajados no Difusão, Caio Mota, refuta.

“Podemos interpretar como um caldeirão sem tampa, aberto para quem queira entrar e aberto para quem queira sair. Todas as nossas ações são abertas. A Rede Brasil de Festivais não é apenas de festivais do FdE, as ações do Ninja não são realizadas apenas por pessoas do FdE, a Semana do Audiovisual idem”, diz.

O músico Mencius Melo, vocalista da banda Zona Tribal, discorda e reforça que é contra ao caráter ‘ou está ou não está comigo’, que a rede parece impor.
 
“Que o FdE tenha seus métodos e discurso hippie libertário é garantido pela democracia, mas o que eles não podem é usar a estrutura do Estado para dizer quem pode ou não participar. Ao forçar, por exemplo, que todas as bandas estejam na plataforma TnB (Toque no Brasil) para poder ter direito de participar, a meu ver, é aparelhar o evento e isso eu não posso aceitar”, disse.

Com uma única participação em evento assinado pela rede, o guitarrista e vocalista da banda Espantalho, Marcos Terra Nova, também coleciona ressalvas.
 
“Acho que por trás da retórica do bem comum e trabalho coletivo há um pouco de confusão ideológica camuflada de boas intenções de muitos de seus associados. Como artista, vejo como equivocados e com bastante preocupação alguns direcionamentos políticos e a apropriação política e simbólica do termo independente (dentro das produções nascidas no FdE, valoriza-se todos como autores, não apenas um)”, disse.

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