sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Pacientes aguardam atendimento por semanas no maior hospital de Brasília

 

Edição do dia 16/08/2013
16/08/2013 20h49 - Atualizado em 16/08/2013 20h51

O Jornal Nacional esteve na emergência do Hospital de Base de Brasília. Além da angústia da espera pelos corredores, os pacientes correm riscos.

O Jornal Nacional mostra uma visita à emergência do Hospital de Base de Brasília. No lugar considerado uma referência na região Centro-Oeste, cirurgias urgentes podem ser adiadas por três semanas.
O doente aqui é o setor de emergência. A lotação já passou do estado terminal. São 104 leitos disponíveis para mais de 150 pacientes. Semanas no corredor, na fila da cirurgia. Salomão espera há 21 dias.
A cena choca ainda mais quando se sabe que este é o Hospital de Base da Capital do Brasil - um hospital considerado uma referência em todo o país.
“Há três dias eu cortei o pulso com um caco de vidro. Precisa ser mais rápido. Pulso cortado, não estou mexendo os dedos nem nada”, reclama um paciente.
As primeiras imagens desse caos no setor de emergência foram gravadas por um paciente que usou o telefone celular. Um cinegrafista do Jornal Nacional também entrou com o telefone para comprovar as denúncias.
“Estou há 22 dias esperando cirurgia, uma cirurgia no braço. Eles deixam a gente de jejum. A noite às vezes liberam a comida para a gente. Passa o dia todo sem comer, nada de cirurgia”, afirma um paciente.
Além da angustia da espera, os pacientes correm riscos.  O presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia no Distrito Federal alerta que cirurgias em casos de fraturas devem ser feitas nas primeiras 48 horas.
“Se esse tempo começar a se estender demais, isso pode começar a trazer sequelas. Esse paciente pode ter uma consolidação, que a gente chama de consolidação viciosa, pode em uma posição errada e isso levar o paciente a uma necessidade de uma cirurgia mais complicada para reparar aquela lesão”, explica Julian Rodrigues Machado, pres. sociedade Bras./ DF.
A direção do Hospital de Base admite que o problema é grave, mas alega que não pode rejeitar pacientes. O hospital é procurado por gente de toda região Centro-Oeste, e também do Norte e do Nordeste. Segundo os médicos, em algumas especialidades, de cada dez pacientes, sete são de fora.
“O maior problema hoje é a nossa demanda. Se você ficar aqui, qualquer minuto, na emergência do Hospital de Base, você vai ver chegando ambulâncias de vários estados, helicópteros com pacientes”, afirmou Julival Fagundes Ribeiro, dir. Hospital de Base de Brasília.
A direção do Hospital de Base informou ainda que estão sendo construídas cinco novas salas de cirurgia. E que, no fim de setembro, terá 16 em funcionamento.

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