segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Oposição quer ouvir delator de suposto esquema na Petrobras

 

12/08/2013 16h08 - Atualizado em 12/08/2013 16h10

Tucanos apresentaram pedido de convite, que não obriga ida ao Senado.
Reportagem de 'Época' detalha suposto esquema de corrupção na estatal.

Felipe Néri Do G1, em Brasília
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O senadores tucanos Aloysio Nunes (SP), líder do PSDB no Senado, e Alvaro Dias (PR) protocolaram nesta segunda-feira (12) na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor, Fiscalização e Controle (CMA) do Senado requerimento de convite ao ex-diretor da BR distribuidora, João Augusto Henriques, para esclarecer denúncias de suposto esquema de corrupção na Petrobras.
Em reportagem publicada pela revista “Época”, o ex-diretor da BR Distribuidora e engenheiro de carreira da Petrobras, denunciou suposto pagamento de propina a partidos políticos com recursos obtidos com operações internacionais da estatal do petróleo. A reportagem informa que João Augusto afirmou que todos os contratos da Petrobras no exterior passavam por ele, que cobrava “pedágio” dos empresários interessados.

O requerimento protocolado pelo PSDB é um convite, e o comparecimento não é obrigatório “O STF [Supremo Tribunal Federal] condenou o mensalão, mas essa reportagem demonstra que o mensalão está vivo - e está presente na vida do atual governo. E nós precisamos ouvir o denunciante para esclarecer todos esses fatos”, declarou Alvaro Dias.
O senador Aloysio Nunes defendeu a ida de João Augusto ao Senado ainda que não sejam apresentadas provas. “Nem toda prova exige documento. Ele pode nos falar que ocorreu e esse crime e, a partir daí, nós termos elementos para investigar, nós mesmos no Congresso ou então o Ministério Público ou o Tribunal de Contas”, disse.
De acordo líder, não deverá haver nova tentativa de instalar uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar a Petrobras, por já existir pedido aberto na Câmara dos Deputados, com foco nos negócios internacionais da petroleira. “Já existe na Câmara dos Deputados um requerimento de CPI com o número de assinaturas suficientes para sua instalação. Lá esse documento já está pronto, é só instalar. Depende do presidente da Câmara”, disse Nunes.
Denúncia
Na denúncia à "Época", João Augusto, que seria lobista do PMDB dentro da Petrobras, informou que entre 60% e 70% do dinheiro arrecadado nas negociações de contratos no exterior era repassado ao PMDB, sendo que a maior parte ficava nos bolsos de parlamentares da bancada de Minas Gerais na Câmara.
Por meio de nota, o presidente do PMDB, Valdir Raupp (RO), disse que o partido nunca recebeu os recursos mencionados no texto da revista. Segundo Raupp, João Augusto não tinha autorização ou delegação para falar ou atuar em nome do PMDB, nem para buscar recursos para a campanha eleitoral de 2010, onde, segundo Henriques o dinheiro também teria sido aplicado.
Líder do PMDB no Senado, o senador Eunício Oliveira (CE) informou que a presidência da sigla decidirá sobre as iniciativas que serão tomadas sobre o caso. “Eu defendo que haja investigação, mas cabe à presidência do partido definir”, disse o líder.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também informou que caberá à presidência do PMDB. “Sobre isso fala o presidente do partido. [...] Eu não vi nada [da denúncia]”, afirmou.

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