sexta-feira, 26 de julho de 2013

Polícia prende estudante com faca em manifestação no Rio




Polícia prende estudante com faca em manifestação no Rio

Gustavo Maia
Do UOL, no Rio



  • Gutavo Maia/UOL
    Policial militar mostra faca que teria sido encontrada com estudante universitário durante um protesto que começou na frente da casa do governador Sérgio Cabral (PMDB), no Rio Policial militar mostra faca que teria sido encontrada com estudante universitário durante um protesto que começou na frente da casa do governador Sérgio Cabral (PMDB), no Rio
Manifestantes que se concentravam em frente à casa do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), no Leblon, em mais um protesto contra o governo, caminharam cerca de quatro quilômetros até Copacabana, na zona sul, onde ocorria a Cerimônia da Acolhida, um dos eventos da JMJ (Jornada Mundial da Juventude), na noite desta quinta-feira (26).
No percurso, o estudante universitário João Dalvi, 24, foi preso em flagrante, segundo a PM, com uma faca na mochila. Ele disse ao UOL que a usava "para cortar frutas na faculdade".
O protesto começou às 16h e terminou sem incidentes graves. De acordo com o canal de TV "Globonews", a polícia militar lançou uma bomba de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes.
Segundo estimativa da Polícia Militar, cerca de 1.500 pessoas participaram do ato. Por volta das 21h, os manifestantes começaram a encontrar, em Ipanema, peregrinos que saíam de Copacabana. Eles gritaram palavras de ordem de caráter antirreligioso e vaiaram os fiéis.
Alguns peregrinos chegaram a correr na direção contrária, assustados com o protesto. Outros participantes da JMJ, que carregavam bandeiras da Inglaterra, ensaiaram começar a entoar um hino católico, mas foram repreendidos por integrantes do próprio grupo.
Os manifestantes caminharam por entre os carros que estavam parados por conta do engarrafamento na região, causado tanto pela saída dos fiéis da JMJ quanto pelo ato. Motoristas de ônibus demonstraram apoio ao protesto piscando as luzes internas dos veículos.

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A manifestação chegou a Copacabana às 21h35 em meio a gritos de "não é procissão, é manifestação".  Alguns peregrinos se "abrigaram" na 13ª DP, na avenida Nossa Senhora de Copacabana, e em estabelecimentos comerciais do bairro, na zona sul.
Os manifestantes chegaram à orla de Copacabana por volta das 22h. No momento, acontecia um show da última banda da programação do dia da JMJ.
Quando os apresentadores anunciaram o fim das atrações, os ativistas começaram a gritar: "Não acabou".
Os manifestantes, depois, seguiram para a avenida Princesa Isabel, no Leme, na esquina com a avenida Atlântica, onde dezenas de policiais faziam um bloqueio. A concentração ficava a poucos metros do palco montado para a JMJ, na praia, onde o papa estivera horas antes.

Revista de mochilas

Na manifestação desta quinta, a PM passou a revistar mochilas de manifestantes atrás de coquetéis molotov depois que um policial foi ferido por esse tipo de artefato na segunda-feira (22) em um confronto durante um protesto.
A ação da PM ocorre três dias depois de um confronto com manifestantes próximo ao Palácio Guanabara, sede do governo do Rio de Janeiro, em Laranjeiras, no dia da chegada do papa Francisco ao Brasil. Na segunda, o ataque ao PM deu início a um confronto entre policiais e manifestantes. Sete pessoas foram presas na ocasião.
Com uma delas, Bruno Teles, 25, a polícia diz ter encontrado coquetéis molotov e que ele teria atirado o artefato contra o policial. O PM que o prendeu disse, em documento que consta no inquérito sobre o caso, que não encontrou artefatos com ele. Nesta quinta, a Polícia Civil voltou a divulgar que Teles foi o autor do ataque.
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Protestos no Rio de Janeiro200 fotos

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25.jul.2013 - Manifestantes, entre eles alguns mascarados, bloqueiam passagem de ônibus durante protestos nos arredores da casa do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, nesta quinta-feira (25) Victor R. Caivano/AP
De acordo com o tenente-coronel Mauro Andrade, que comanda a tropa no protesto na frente da casa do governador, os policiais foram orientados ainda a atuar mais próximos dos manifestantes.
"Houve um estudo de casos e percebemos que é difícil evitar crimes nas manifestações da forma como estávamos atuando. Vamos preencher uma lacuna na prevenção de delitos com om amparo da lei, revistando mochilas e checando se o manifestantes estão portando armas. Até agora, nenhum artefato foi aprendido."
Segundo o tenente-coronel, na manifestação desta quarta-feira foram deslocados cinco grupos de 20 policiais que, inclusive, circulam entre os manifestantes. Algumas pessoas que estão no protesto gritam "você aí infiltrado, fardado também é explorado".
De acordo com o tenente-coronel, a nova estratégia para evitar confrontos ocorreu porque "ninguém estava preparado para um movimento deste tipo [protestos]".
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Vitória das ruas: o que mudou após os protestos pelo Brasil 32 fotos

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ROYALTIES PARA EDUCAÇÃO E SAÚDE: Cartaz pede investimento em saúde e educação e questiona realização da Copa. Na madrugada do dia 26 de junho, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei 5.500/2013 que destina 75% dos royalties do petróleo para a educação e os 25% restantes para a área da saúde. O projeto foi aprovado por consenso, após negociação entre as lideranças. Originalmente, o PL destinava 100% dos royalties para educação. O texto segue para o Senado Leia mais Reprodução/Facebook

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