12/08/2013 16h34 - Atualizado em 12/08/2013 16h45
Levantamento mostra que 629 municípios não receberam verbas no período.
Entidade que reúne prefeitos defende extinção das emendas parlamentares.
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O presidente da CMN, Paulo Ziulkoski, em entrevistaà imprensa (Foto: Marcello Casal Jr./ABr)
As emendas parlamentares são verbas do Orçamento da União indicadas por deputados e senadores para obras e ações localizadas, em geral, em suas regiões. Atualmente, lei orçamentária é "autorizativa" e não impositiva, podendo o governo cumprir ou não a previsão aprovada pelo Legislativo para gastos que não são obrigatórios, como as emendas.
O levantamento da CNM revela ainda que 629 dos 5.568 municípios brasileiros – equivalentes a 11,2% do total – não receberam um centavo sequer de emendas no período analisado pela entidade. Todos esses municípios são de pequeno porte, com, no máximo, 50 mil habitantes.
“[A execução das emendas parlamentares] é muito baixa. Na média, entre 16% e 17% do que é prometido é executado. Há uma expectativa muito grande nas comunidades de que tudo fosse atendido, mas isso não ocorre. Outra distorção ainda maior é que, em média, 1,2 mil municípios por ano recebem o pagamento do que lhes foi prometido, como uma ponte e uma escola. É odioso dizer que 629 municípios, em 11 anos, nunca receberam uma emenda parlamentar”, destacou Ziulkoski.
Nesta terça, a Câmara deve votar Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que torna obrigatório o repasse dos valores indicados pelos parlamentares no Orçamento da União. Pela proposta, o valor reservado a cada congressista será reduzido de R$ 15 milhões para cerca de R$ 10 milhões por ano, porém, o pagamento das emendas passa a ser impositivo.
Em entrevista coletiva na sede da CNM, o presidente da entidade defendeu o fim das emendas parlamentares. Para Ziulkoski, o modelo atual deveria ser substituído por um fundo que seria abastecido com dinheiro reservado às emendas, contudo, seria distribuído a todos os municípios, de acordo com o número de habitantes.
Segundo o dirigente, essa sugestão da CNM não teria o mesmo perfil nem a mesma função do atual Fundo de Participação dos Municípios, que distribui 22,5% do dinheiro arrecadado com o Imposto de Renda e com o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
A proposta da entidade, explica Ziulkoski, prevê o rateio da verba que seria usada para pagar as emendas parlamentares isonomicamente entre os municípios. Aos congressistas, ressaltou o presidente da CNM, caberia indicar a área na qual a verba deveria ser aplicada, como saúde e educação, por exemplo.
“Com isso, o prefeito não precisa perder tempo em Brasília. Ele vai prestar conta, ser fiscalizado e termina essa situação. Além disso, também qualificamos o debate político, acabando com o toma lá, da cá”, enfatizou Ziulkoski.
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