quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Novo comandante da PM diz que corregedoria investiga caso Amarildo

 

07/08/2013 14h08 - Atualizado em 07/08/2013 14h19

Coronel afirma que se houver policiais envolvidos, medidas serão tomadas.
O ajudante de pedreiro desapareceu após ser abordado por PMs na Rocinha.

Cristiane Cardoso Do G1 Rio
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Faixa foi estendida no meio da pista da Autoestrada Lagoa-Barra (Foto: Lívia Torres/G1)Faixa foi estendida no meio da pista da Autoestrada
Lagoa-Barra durante manifestação
(Foto: Lívia Torres/G1)
O coronel José Luís Castro Menezes, novo comandante-geral da PM do Rio de Janeiro, afirmou, em entrevista exclusiva ao G1 na tarde desta quarta-feira (7), que a Corregedoria da Polícia Militar está investigando as circunstâncias do desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza e frisou que, caso seja comprovado o envolvimento de policiais militares, as medidas jurídicas serão tomadas. O paradeiro do ajudante de pedreiro é desconhecido desde o dia 14 de julho, quando foi abordado por policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha.
"O que a gente quer é que realmente o caso seja esclarecido, da forma mais transparente possível. Se por acaso tiver algum envolvimento de algum policial militar, aí sim as medidas jurídicas serão tomadas, então, a nossa ideia é que realmente o caso seja esclarecido", afirmou. Leia abaixo a entrevista do G1 na íntegra.
O senhor frisou em coletiva nesta terça que algumas mudanças serão feitas, mas que o plano de segurança será mantido. Que mudanças? Quais são os primeiros ajustes que devem ser feitos?
Ajustes que me referi ontem foi em relação aos nomes dos novos comandantes da cúpula da Polícia Militar, então, é um grande tabuleiro, e com as mudanças, algumas pessoas vão sair e outras vão ser realocadas e nós vamos definir em reunião hoje à tarde.
Sobre as manifestações, o senhor falou que a polícia precisa encontrar a dose certa do uso da força. Em sua opinião, qual é a dose certa?
Se houve mudança, é porque houve uma avaliação tanto do governador ou do secretário de segurança para que isso fosse feito"
Coronel José Luís Castro Menezes
Eu venho acompanhando todas as manifestações desde o início, já que a grande maioria delas aconteceu no Centro da cidade e na Zona Sul e o que a gente vem buscando é uma fórmula onde os manifestantes possam exercer o seu direito constitucional, isso é muito importante, mas a gente quer que essas pessoas possam, ao final da mesma, voltar para as suas casas sem que tenham nenhum tipo de dano físico e para que os pais não fiquem preocupados. Então, a nossa ação preventiva, colocando um grupo de policiais militares, fardados, dentro do grupo de manifestantes é para primeiro, mostrar que nós estamos ali para um diálogo, nós não estamos ali simplesmente para combater. E quando fazemos as abordagens de forma constante, de forma educada, de forma firme, buscando de repente possíveis ferramentas, instrumentos, facas, machados, coquetel molotov, nós estamos criando uma manifestação mais segura, um ambiente mais propício para que ela possa acontecer de forma segura para todos: nós policiais e também manifestantes.
Está há 28 anos na Polícia Militar. Qual a principal contribuição a sua experiência pode dar ao comando da PM?
Cada ano, a cada dia é uma experiência nova, a gente vai aumentando. Então, eu tenho uma experiência na área de ensino, da corporação, eu tenho experiência na análise criminal, experiência na área operacional. Então, eu acho que esse conjunto de fatores criam um ambiente favorável para que com esse conhecimento, em diversos segmentos da corporação, a gente possa desenvolver um bom trabalho.
O senhor é o quinto comandante na gestão do Beltrame. Você acha que o Beltrame está buscando um perfil diferente?
Eu acho que se houve mudança, é porque houve uma avaliação tanto do governador ou do secretário de segurança para que isso fosse feito. Então, eu acho não vou avaliar o porquê, mas em cada momento, deve ter havido um motivo, que gerou essa mudança. Então, o secretário quem deveria responder essa pergunta.
Sobre o desaparecimento do Amarildo, a corregedoria da PM vai entrar no caso?
Já está no caso. É muito importante para a Polícia Militar que esse caso seja desvendado, nós não podemos condenar os policiais sem ter informações de que eles realmente cometeram o ato, então, eu não quero aqui cometer nenhuma injustiça, senão a gente está demonstrando para toda a tropa que a qualquer sinal, que o primeiro culpado é o policial militar. Não, o que a gente quer é que realmente o caso seja esclarecido, da forma mais transparente possível. Se por acaso tiver algum envolvimento de algum policial militar, aí sim as medidas jurídicas serão tomadas, então, a nossa ideia é que realmente o caso seja esclarecido.
Vai manter o planejamento para as próximas ações da PM. Você pode adiantar que ações são essas? E que ajustes serão feitos?
Foi feito um planejamento estratégico, onde o foco da Polícia Militar é a polícia de proximidade, buscando justamente se estabelecer um laço mais aproximado da Polícia Militar com a sociedade. A gente não quer ficar afastado, queremos ela [a sociedade] do nosso lado.

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