quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Moradores reclamam de falta de postos de saúde em Itapetininga, SP


 

07/08/2013 16h51 - Atualizado em 07/08/2013 16h51

Três unidades começaram a ser construídas; obras não foram concluídas.
Prefeitura afirma que busca recursos para terminar as UBSs.

Do G1 Itapetininga e Região
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Moradores de três regiões de Itapetininga (SP) pedem o término de obras de unidades de saúde. Os postos começaram a ser construídos, mas não foram concluídos. As unidades ficam na Vila Santana, Vila Mazzei e Distrito da Conceição.
Na Vila Santana, o prédio já recebeu até pintura, mas as portas continuam fechadas. A obra orçada em mais de R$ 420 mil deveria ter sido inaugurada em abril de 2012, no entanto, não há nem previsão para o início dos atendimentos. Segundo os moradores, a UBS poderia atender até 12 mil moradores de oito bairros.
A dona de casa Valquíria do Carmo afirma que o prédio fechado traz transtornos. “Sem atendimento próximo, nós precisamos ir até a unidade do centro, a unidade Genefredo, para marcar consulta. A gente sabe que é demorado. Este posto iria beneficiar muitas pessoas de bairros como a Vila piedade, a Vila Santana e Santa Inês”, ressalta.
De acordo com o assessor de projetos especiais da prefeitura, Jean Nunes, a unidade da Vila Santana está com 100% da obra concluída, no entanto, para o funcionamento a administração municipal aguarda a compra de equipamentos. “O prefeito Luis Di Fiori conseguiu um recurso no valor de R$ 700 mil do governo federal através de emenda parlamentar. Essa verba será usada para a compra desses equipamentos que faltam, além de guarnecer outras unidades do município”, comenta.
Segundo moradores, local funciona como ponto de tráfico de drogas e prostituição infantil. (Foto: Reprodução / TV TEM)Prédio na Vila Mazzei está abandonado, dizem
moradores. (Foto: Reprodução / TV TEM)
Vila Mazzei
De acordo com moradores, a situação da Vila Mazzei é pior. A obra que deveria ter sido inaugurada em dezembro de 2012 está abandonada. O prédio tem servido como local de consumo de drogas.
Há sete anos a professora Kátia Silva Leite mora no bairro. Ela afirma que a falta que um posto de saúde prejudica muitos moradores. A professora ainda diz que está indignada com o descaso das autoridades municipais.  “Os moradores daqui necessitam de uma assistência médica, até mesmo de uma assistência mais especializada. Além de ter que buscar unidades distantes, os moradores têm que se preocupar com o custo do transporte para passar por consultas. A gente acaba percebendo com muita clareza que o nosso dinheiro de impostos não é revertido na saúde”, ressalta.
A obra custou para os cofres públicos aproximadamente R$ 280 mil. De acordo com a prefeitura de Itapetininga o prédio está 75% concluído, mas a construtora abandonou o serviço e nenhuma outra empresa se interessou a dar continuidade as obras.
Segundo o assessor Jean Nunes, a questão deste bairro é complexa. “A obra é um convênio de 2008, da gestão passada. Ela foi executada até meados de 2010, mas desde então está abandonada. Nós já fizemos a atualização da planilha orçamentária do cronograma e já disponibilizamos inclusive nova licitação. Foram feitas duas que deram desertas, mas neste momento a municipalidade está procurando, junto às empresas da cidade, alguma que se interesse em ser contratada através do procedimento de dispensa de licitação”, afirma.
Distrito da Conceição
O Distrito da Conceição fica a dez quilômetros do centro de Itapetininga. A unidade de saúde da família que deveria funcionar no bairro não saiu do papel. Enquanto nada é feito, a unidade de saúde do distrito funciona em uma sede provisória. Na casa alugada passam por dia aproximadamente 70 pessoas.
A dona de casa Rosa Maria Mendes Santos conta que nasceu na região. Ao ver o terreno destinado à nova UBS vazio, diz que fica frustrada. “Não saiu do papel e não é uma coisa de agora. Já fiz parte do conselho gestor de saúde e participei de reuniões na prefeitura, mas ficou nisso. O atendimento que existe hoje é muito bom, os funcionários são ótimos, mas é tudo improvisado. Se tivesse um posto de saúde, tudo seria setorizado. Haveria sala de vacina, sala de médico, sala de dentista e sala de outros procedimentos. Aqui não, tem que usar a mesma sala para tudo”, comenta.
A prefeitura informou que a questão do Conceição também vem de convênios de meados de 2008. “Foi feito apenas o procedimento licitatório, no entanto, essas obras não foram iniciadas. Para nós iniciarmos essas obras neste momento o valor que o município terá que injetar para a conclusão seria de R$ 200 mil, enquanto o governo federal aplicará apenas R$ 100 mil. Isso não é viável e nem recomendado pelo próprio Ministério as Saúde”, afirma o assessor Jean Nunes.
Outros projetos parados
Estes projetos de construção de postos de saúde não foram os únicos interrompidos. Em 2011, o governo federal disponibilizou aproximadamente R$ 1,4 milhão para obras de outras cinco unidades básicas de saúde nos distritos Morro do Alto, Rechã, Central Parque 4L, Taboãozinho e Vila Belo Horizonte. Até o momento, as obras não começaram.
Segundo Jean Nunes foi feita uma avaliação com relação a essas cinco obras e verificou-se que, apesar de existir o projeto executivo, o município não teria condições de executá-las. “Isso porque o Ministério da Saúde entraria com um pouco mais de R$ 1 milhão, enquanto o município teria que aplicar R$ 2,1 milhões, sem considerar o custo que essas unidades iriam ter”, explica.
Segundo a prefeitura, os projetos também são convênios de meados de 2010. Eles estão sendo readequados. “O prefeito Luis Di Fiori esteve junto ao MS e já está readequando esses projetos. Foram cadastradas três novas propostas para que o MS faça um repasse maior. Assim se enquadra também o caso da construção da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que neste momento, na publicação do Diário Oficial do dia 1º de agosto, saiu que o Ministério de Saúde irá aplicar R$ 3,1 milhões em Itapetininga na UPA que será construída no bairro 4L. Nesta unidade o município precisará aplicar apenas 5% de recurso”, explica.
No Distrito da Conceição, casa alugada funciona como posto de saúde. (Foto: Reprodução / TV TEM)No Distrito da Conceição, casa alugada funciona como posto de saúde. (Foto: Reprodução / TV TEM)

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