sábado, 10 de agosto de 2013

Grupo permanece na Câmara do Rio e aguarda reunião com presidente

 

10/08/2013 10h36 - Atualizado em 10/08/2013 12h05

Eles estão insatisfeitos com a escolha de Brazão como presidente da CPI.
Ativistas colocaram cadeados nos portões e jornalistas não conseguem entrar.

Cristiane Cardoso Do G1 Rio
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Grupo permanece acampado em frente à Câmara dos Vereadores, no Rio (Foto: Cristiane Cardoso/G1)Grupo permanece acampado em frente à Câmara dos Vereadores, no Rio (Foto: Cristiane Cardoso/G1)
Alguns manifestantes ainda ocupavam a Câmara Municipal do Rio, no Centro, por volta das 10h deste sábado (10). O grupo segue à espera do presidente da Casa, o vereador Jorge Felippe (PMDB), para uma reunião prevista para as 11h. Por volta das 11h50, o presidente chegou ao local.  Os ativistas querem a anulação da reunião realizada na sexta-feira (9), que concedeu a presidência da Comissão Parlamentar de Inquérito dos Ônibus para o vereador Chiquinho Brazão e o posto de relator da comissão para o vereador Professor Uóston.
Conforme mostrou o RJTV, segundo a assessoria do presidente da Câmara, ele vai tentar uma negociação com o grupo, mas também vai estabelecer um prazo para que eles deixem o local.
,Segundo os manifestantes, na nova reunião, a principal pauta é a entrada do nome de Eliomar Coelho (PSOL), autor da proposta da CPI, como presidente da comissão. No entanto, Eliomar ameaçou deixar a CPI, alegando que "não quer ser recheio de pizza".
Os ativistas colocaram cadeados nos portões da Câmara dos Vereadores e estão impedindo que jornalistas entrem no local. Alguns ativistas seguem do lado de fora, junto com policiais militares, que também não autorizam a entrada da imprensa na Casa.
Outros representantes do Plenário e do 1º Comando de Policiamento de Área também devem participar da reunião. Por volta das 10h40, cerca de 30 policiais militares continuavam no local e a situação era tranquila.
Câmara amanheceu com os portões fechados, neste sábado (10).  (Foto: Cristiane Cardoso/G1)Câmara amanheceu com os portões fechados, neste sábado (10) (Foto: Cristiane Cardoso/G1)
Pedido de liminar indeferido
Na sexta-feira (9), a Justiça do Rio indeferiu um pedido de liminar para reintegração de posse da Câmara Municipal. Na decisão, a juíza Margaret de Olivaes Valle dos Santos, da 6ª Vara de Fazenda Pública afirma que não existem "pressupostos legais" que justifiquem o deferimento da liminar.
A magistrada diz ainda que "as casas legislativas são do povo", mas acrescenta que danos ao patrimônio ou ameaças à integridade física de pessoas devem ser coibidas pelo estado.

Ao G1, o tenente-coronel Mauro Andrade, do Grupamento de Policiamento de Multidões (GPPM), que tentou negociar com manifestantes, disse que a decisão da juíza dá poder à polícia para agir, caso julgue necessário.
MP questiona votação
O Ministério Público do Rio (MP-RJ) enviou, na sexta, ofício ao  presidente Jorge Felippe, pedindo esclarecimentos sobre a votação que elegeu o presidente e os demais membros da Comissão Parlamentar de Inquérito dos Transportes. O documento foi enviado pelo promotor de Justiça Flávio Bonazza, da 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Capital.
O promotor Flávio Bonazza, que esteve na Câmara, contou que os portões estavam fechados, o que impediu a entrada dos cidadãos que foram à Casa com o objetivo de acompanhar a votação para formar a CPI. Bonazza questiona o porquê de a reunião ter ocorrido a “portões fechados”, apesar de a Câmara Municipal divulgar a data da reunião em seu site na internet e publicar um edital de convocação no Diário Oficial.

A assessoria de imprensa da Câmara disse que foram distribuídas senhas para entrada na casa e que, quando chegou ao limite de lotação, foi necessário travar a entrada de pessoas.
Tumulto
A primeira reunião da CPI dos Ônibus, agendada inicialmente para as 9h, começou por volta das 9h40, e foi marcada por tumulto. Muita gente ainda aguardava do lado de fora quando foram escolhidos os nomes de Chiquinho Brazão (PMDB) - que havia votado contra a criação da CPI - para presidente da CPI e Professor Uóston (PMDB) para relator.
Após a escolha de Brazão para a presidência da CPI dos Ônibus, cerca de 60 pessoas invadiram o gabinete do vereador, no 7º andar da Câmara, e picharam paredes, janelas, mesas e até o teto com termos como: "Ladrão", "CPI do busão", "Isso aqui é a gaiola dos ladrões", "O povo no poder", "Poder popular", "Amarildo?", "Fora Cabral", "A farra acabou", "Estamos de olho em vocês, seus mafiosos", "Golpe na CPI" e "Brazão ladrão e milícia". O grupo também deixou cartazes espalhados no local.
Sem renúncia
Por volta das 11h50, os manifestantes voltaram a ocupar o plenário. Apesar do tumulto, no início da tarde o vereador  Brazão afirmou em reunião com representantes de manifestantes que não renunciará à presidência da CPI dos Ônibus.
"A Casa não se ganha com grito. Aqui é um parlamento. Estamos abertos a atender todas as reivindicações. Sou um presidente eleito democraticamente. Cumprimos todos os requisitos para um regimento aberto. Não pretendo sair dessa posição porque fui eleito pela maioria dos membros", disse Brazão, durante conversa com quatro representantes dos manifestantes, ocorrida no gabinete da presidência da Câmara. Também participaram da reunião outros sete vereadores e o presidente da Casa, Jorge Felippe (PMDB).
Gabinete de Chiquinho Brazão (PMDB) é pichado após vereador ser eleito presidente da CPI dos Ônibus (Foto: Mariucha Machado/G1)Gabinete de Chiquinho Brazão (PMDB) é pichado após vereador ser eleito presidente da CPI dos Ônibus (Foto: Mariucha Machado/G1)
Primeira reunião da CPI dos Ônibus acontece nesta sexta na Câmara Municipal, no Centro do Rio (Foto: Mariucha Machado/G1)Primeira reunião da CPI dos Ônibus aconteceu
nesta sexta (Foto: Mariucha Machado/G1)
Ao fim da escolha da presidência e relatoria da CPI, o clima ficou mais tenso e quem entrou na Câmara não conseguia sair. O alemão Matias Gralle, professor da UFRJ, de 36 anos, que está há 10 no Brasil, chegou a pular o portão da Câmara para poder sair.
Dos cinco vereadores que vão conduzir a CPI do Ônibus no Rio, quatro não assinaram o requerimento de abertura da comissão e fazem parte da base governista. A única voz dissonante é a de Eliomar Coelho (PSOL). Vereador mais velho da lista, ele teve o direito de convocar a primeira reunião, conforme prega o estatuto da Casa.

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