domingo, 4 de agosto de 2013

"Protestos pegaram todo mundo de surpresa", diz Lula


3/8/2013 às 00h30 (Atualizado em 3/8/2013 às 11h00)


Ex-presidente afirma que mudanças no País na última década elevaram exigências do povo
Filippo Cecilio, do R7
Lula disse que Brasil ainda age da "forma antiga para fazer política" Juliana Knobel/02.08.2013/Estadão Conteúdo
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, na noite da última sexta-feira (2), que as manifestações que tomaram as ruas do País durante o mês de junho “pegaram todo mundo de surpresa”.

— O que aconteceu no Brasil pegou de surpresa todos os partidos, o movimento sindical e movimento social. Porque ainda agimos da forma antiga para fazer política. O movimento sindical nem sequer tem uma comunicação pela internet, com todo dinheiro que tem. Fomos ficando velhos, e nos perguntamos como a juventude participa dos nossos partidos.

Para o ex-presidente, as políticas sociais implementadas no País nos últimos dez anos são um dos motivos pelos protestos, já que teriam colocado a população em outro patamar de vida, ampliando suas necessidades e exigências.

— O povo passa a exigir mais serviço público, mais qualidade. Essa é a lógica, e é bom que seja assim para que possamos evoluir também. E não podemos ter medo de defender aquilo que acreditamos.


O ex-presidente disse ainda estar convencido de que “poderemos ter um novo modelo de esquerda, respeitando a cultura de cada país, a história política e o jeito de se organizar”.

— Temos condições de apresentar as coisas novas ao mundo. Não está escrito na cartilha, ela tem que ser construída a cada dia, porque o povo evolui a cada dia.


Lula participou da cerimônia de abertura da 19ª edição do Foro de São Paulo, , que reúne partidos e organizações de esquerda da América Latina. Entre as legendas que integram o Foro no Brasil estão o PT, o PC do B, o PSB e o PDT.

Para ele, a eleição de governantes de esquerda e progressistas em países do continente nos últimos quinze anos deve ser debitada à existência do Foro, criado em 1989.

— Quero debitar parte da chegada da esquerda no poder a essa "cosita" chamada Foro de SP. E devemos muito aos companheiros cubanos. Ao contrário do que muita gente conservadora pensa, os cubanos sempre nos ensinaram que o exercício da tolerância entre nós e a convivência pacífica entre os setores de esquerda era a única possibilidade de avançarmos no continente.

Lula disse aos participantes que o Foro precisa ser melhor organizado, para facilitar a comunicação entre seus membros.

— Temos que pensar uma nova forma de comunicação entre nós. Não podemos apenas ficar chorando os problemas da mídia conservadora em cada país. Não podemos reclamar que nossos adversários usam a mídia contra nós. Temos a chance de criar instrumentos de comunicação entre nós e não ficar devendo favor a ninguém em qualquer lugar do mundo.

O ex-presidente fez menção ao Consenso de Washington, conjunto de medidas que os países deviam seguir para conseguir empréstimos junto ao FMI (Fundo Monetário Internacional), para ressaltar a importância da integração latino-americana para comandar a governança global.

— Esse consenso passou a balizar o mundo. Pois eu acho que está na hora de construirmos o consenso das esquerdas na América Latina.

Apesar de a cerimônia de abertura ter ocorrida apenas nesta sexta, o Foro teve início na última segunda-feira (29) e vai até o próximo domingo (4). É esperada a presença do presidente boliviano Evo Morales na cerimônia de encerramento.

Entre os debates programados, há um sobre políticas públicas para a juventude e o papel dos jovens na "defesa dos projetos de governo dos partidos membros do Foro", inspirado pelas manifestações que tomaram as ruas do País em junho.

 
Entenda o que pode mudar com a Reforma Política
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