05/08/2013 - 15h54
Publicidade
DO RIO
Até as 15h, o delegado responsável pelo caso, Rivaldo Barbosa, não havia comentado sobre o conteúdo dos depoimentos.
Os PMs chegaram na delegacia por volta das 10h30, numa van da UPP. Eles entraram na unidade sem falar com os jornalistas.
PM vai depor em caso Amarildo após dizer que tio teria transportado corpo para lixão
Segundo Barbosa, ao menos nove policiais estão sendo ouvidos na delegacia. Os outros cinco teriam ido à delegacia em um carro descaracterizado e entrado pelos fundos. Não há previsão de até que horário os PMs serão ouvidos.
SUMIÇO
No dia 14 de julho, às 19h20, quatro recrutas da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha pegaram Amarildo diante de casa e o levaram para a sede da unidade, no alto da favela. Ele havia acabado de chegar de uma pescaria.
Os PMs pensavam que o pedreiro era o traficante Guinho, com mandado de prisão expedido pela Justiça. Desde então, não foi mais visto.
"É duro dizer, mas eu acho que meu irmão está morto. Ele sempre dizia que revidaria se fosse agredido por um policial. Dizia que trabalhador não pode levar tapa na cara e ficar quieto", disse Maria Eunice Dias, 52, uma das irmãs do pedreiro.
Moradores, que pediram anonimato, disseram que contra ele também pesou o fato de traficantes do Comando Vermelho estarem o tempo todo diante de sua casa. No beco próximo há uma boca de fumo. Alguns chamam o local de "inferno" por causa dos criminosos.
Lá não há câmeras. Traficantes não são incomodados pelos policiais. Desde que o pedreiro desapareceu, os policiais foram proibidos de entrar nos becos. A polícia investiga a hipótese de ele ter sido levado para a sede da UPP para dar alguma informação sobre os traficantes.
"Ele não demorou cinco minutos aqui. Olhei para ele, para a foto e vi que não era o tal do Guinho e liberei. Vi que ele desceu as escadas, mas não acompanhei para onde foi", afirma o major Edson Santos, comandante da UPP.
REPERCUSSÃO
A ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos) criticou a atuação da polícia no caso do desaparecimento do ajudante de pedreiro, que virou símbolo de manifestações no Rio de Janeiro e também em São Paulo.
"Nos preocupa sobremaneira a abordagem policial e o posterior desaparecimento. Toda a investigação e o inquérito sobre o desaparecimento devem ser feito com hipótese clara e concreta de que seja uma responsabilidade dos agentes públicos, do abuso de autoridade, da violência policial, algo com o qual nós não podemos conviver", disse Rosário. "A primeira suspeição que todos nós devemos ter é de responsabilidade pública também nesses desaparecimentos."
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.