quinta-feira, 1 de agosto de 2013

'Eu cometi erros', diz Cabral sobre onda de manifestações no Rio

01/08/2013 10h12 - Atualizado em 01/08/2013 19h42

Governador falou sobre a queda de sua popularidade em entrevista à CBN.
'Erros de diálogo, erros de incapacidade de dialogar', disse o governador.

Do G1 Rio
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O governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, afirmou nesta quinta-feira (1º) que cometeu erros em seu segundo mandato. Em entrevista à Rádio CBN, o governador afirmou que houve “erros de diálogo” ao ser questionado sobre as recentes manifestações que pedem sua saída do cargo.
“Sem dúvida, aqui no Rio, eu também cometi erros. Erros de diálogo, erros de incapacidade de dialogar, que sempre foi a minha marca. Galeria cheia, vaiando, e me aplaudindo eu tive a vida inteira (...) Acho que da minha parte faltou mais diálogo, uma capacidade de entendimento e de compreensão, poderia citar várias situações em que essas questões se deram. Mas eu não sou uma pessoa soberba, que não está aberta ao diálogo. Para mim, a democracia é um bem intangível”, disse Cabral.
Apesar das manifestações na esquina de sua casa, no Leblon, na Zona Sul, Cabral voltou a afirmar que não vai se mudar para o Palácio Laranjeiras, residência oficial do governo. "Não havia a menor condição de morar no palácio, por isso estamos em reforma. Acho que o governante tem quem morar na residência oficial."
Cabral disse ainda que analisa a possibilidade de se afastar do cargo em abril de 2014, para que seu vice e candidato do PMDB às eleições, Luiz Fernando Pezão, assuma o cargo. "Estamos avaliando. São várias hipóteses. De fato, a oportunidade de ter o Pezão como candidato está mantida". O governador admitiu ainda que este seria o posicionamento da presidência do PMDB-RJ.
Manifestação na casa do Cabral (Foto: Alba Valéria/ G1 Rio)Grupo continua acampado na Praia do Leblon
(Foto: Alba Valéria Mendonça/ G1)
“O presidente do partido tem, até por obrigação de dirigente partidário, discutir a política e o futuro do partido. (..) Há regras claras, se você ocupa cargo no Executivo, se não disputa a reeleição, você tem obrigação de se descompatibilizar antes", disse.
Manifestação na esquina de casa
Manifestantes ainda ocupam, na manhã desta quinta-feira (1º), a esquina da Rua Aristides Espínola, com a Avenida Delfim Moreira, no Leblon, na Zona Sul do Rio, onde mora Cabral. O grupo está no local desde domingo (28), com um protesto intitulado "Ocupa Cabral". Eles pedem mais dinheiro para saúde e educação.
Segundo o Centro de Operações da Prefeitura da cidade, por volta das 3h30, a Delfim Moreira chegou a ser totalmente interditada, no sentido São Conrado. Às 6h40, a via foi liberada, mas duas faixas permaneceram ocupadas. O trânsito, no entanto, fluía normalmente no local.
Confronto
Na noite de quarta-feira (31), uma manifestação que começou pacífica e teve mais de 700 pessoas para pressionar o Ministério Público do Rio a investigar gastos públicos do governador teve seu momento mais tenso num confronto na Câmara Municipal, no Centro, que foi invadida por volta das 21h.
Terminado o ato, por volta de meia-noite, cerca de 70 pessoas partiram para o Leblon rumo a casa do governador. Não houve registro de confusão, segundo a Polícia Militar.
Protestos violentos e a 'nova PM'
No último dos atos violentos, no dia 22, data da chegada do Papa Francisco ao Brasil, o jovem Bruno Teles foi preso acusado de ter atirado um explosivo contra policiais. Imagens da internet, no entanto, mostraram o jovem desarmado no momento da agressão e seu caso foi arquivado. Na ocasião, oito jovens foram detidos.
Após este ato, um grupo de PMs, que usam uniformes com identificações de letras e números (os “alfa-numéricos”, como já são chamados), sem nomes, foi montado especialmente para acompanhar as manifestações, caminhando juntos com o grupo e tentando dialogar.

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